quinta-feira, 7 de abril de 2011

8: A Lua part1

8- A Lua

Suspirei de alivio. Mas ainda estava com raiva dele. Que graça tinha me deixar com medo? Louco!

-Para um filhote de anjo você não é muito boa em controlar seus pensamentos.- eu quase rosnei de raiva

-Ah! Você também! Para de ler a minha mente!- quase gritei

Ele riu, por uns bons 20 minutos. Já eram 6 horas. Ele, o tempo todo em que e fiquei sentada em uma pedra, ficou me encarando com total atenção ou olhando o céu distraído. E agora, estava olhando o chão com desprezo.

-O que foi?- perguntei

-Estou pensando. Cale-se.

-Nossa... meus parabéns. Recebeu o prêmio de total ignorância.- debochei olhando o céu

-Terás que se esconder da lua, pequena.- disse ele distraído voltando olhar para o céu

-Por que?- perguntei olhando a primeira estrela que aparecia longe

-Se ele falhar, virão te procurar. E se a lua te ver, te encontrarão.

-A tá! Só se eu me esconder em uma caverna!- disse eu com sarcasmo, ele se levantou ficando bem mais alto, nas pedras atrás dele havia uma pequena caverninha, mais ou menos do meu tamanho

-Esta é a idéia.- disse ele, eu me levantei

-Ah, não! Nem pensar! Nem pense em me trancar aí dentro!- disse assustada com a idéia

-Por que não?

-Você tem vela por acaso?

-Não.

-Então não.

-Tem medo do escuro?- eu, com certeza, fiquei vermelha nessa hora

-Não! Só que, e se, e se, uma cobra aparecer ali dentro? Como irei me proteger, ou, ou ver ela?

-Suas asas brilham, não se lembra?

-Só com a luz da lua!

-Não. Ah, não é possível. És ignorante de mais.- disse ele com voz distraída, mas ainda olhando para mim, o que me deixou constrangida

-Só por que eu não sei?

-É isso que significa ignorante não é? Ou não sabe disso também?

-Ah! Já chega! Fique quieto!- disse passando por baixo dele e indo até a entrada da caverna

-O que eu falei de mais?- perguntou ele com a mesma voz distraída, mas com os olhos pregados em mim

-Nada, esquece.

Eu ainda não tinha entrado na caverna, estava apenas observando aquela escuridão assustadora dentro dela. Eu confesso, estava tremendo de verdade, mas tem que pôr em meu lugar para poder falar algo sobre o meu medo.

-Não vai entrar?- perguntou ele

-Nã, nã, não sei...- disse

-Entre logo antes que ela apareça.

-Eu... eu... tem certeza que não tem vela?- perguntei de novo

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