segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Os pássaros



Os pássaros brincavam
de entrar e sair das nuvens,
de entrar e sair dos céus,
de entrar e sair das esperanças.

Os pássaros brincavam,
simples,
puros,

Livres.

brincavam de voar,
brincavam de pousar,
brincavam de cantar,
brincavam de Viver.

Simples e doces pássaros
os Inocentes

...

os Pássaros brincavam,

eu vi.
brincavam de voar,
brincavam de descer
e brincavam de Cair.



Within Temptation --- Our Solemn Hour



(Nossa Hora Solene)


Espírito Santo salve-nos de nossa hora solene
Espírito Santo, insanidade está toda a nossa volta
Espírito Santo! Espírito Santo! Espírito Santo!

Em minhas horas mais sombrias eu não pude prever
Que o curso poderia mudar tão rápido dessa forma
Não posso acreditar em meus olhos, como você pode ser tão cego?
O coração de pedra não é empático internamente?
O tempo continua correndo e nós não aprendemos
E agora, no fim, o que ganhamos?

Espírito Santo, salve-nos de nossa hora solene
Espírito Santo, insanidade está toda a nossa volta
Espírito Santo, é isso o que merecemos? Poderemos nos libertar
Das correntes da agonia eterna?

São eles mesmos a culpar, a miséria, a dor?
Não permitimos continuar, permitimos crescer?
Se não pudermos impedir a besta que habita internamente
Isso achará seu meio de algum jeito em algum lugar do tempo
Nós lembraremos de todo o sofrimento?
Porque se cairmos isso será em vão

Espírito Santo salve-nos de nossa hora solene
Espírito Santo insanidade está a nossa volta
Espírito Santo, é isso o que merecemos? Poderemos nos libertar
Das correntes da agonia eterna?

Espírito Santo, Espírito Santo...

Espírito Santo, salve-nos de nossa hora solene
Espírito Santo, insanidade está toda a nossa volta
Espírito Santo, é isso o que merecemos? Poderemos nos libertar
Das correntes da agonia eterna?

Espírito Santo, salve-nos de nossa hora solene
Espírito Santo, insanidade está toda a nossa volta
Espírito Santo, é isso o que merecemos? Poderemos nos libertar
Das correntes da agonia eterna?


>>Within Temptation, letra e vídeo



segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Você não se cansou disso?



Você não se cansou disso?
De ajudar,
De tentar
De, em vão, se preocupar?

Olhos secos, 
Lágrimas que caíram
Por quem não as vê rolar.

Olhar distante
Olhos caídos
Na terra
No chão, 
No mar.

Você não se cansou disso?
De tentar ajudar?

Se todos dessem as mãos,
Ninguém mais iria chorar
Ninguém mais iria precisar
A dor, inexistente seria, 
Mas para isso precisaríamos amar.

De que adianta
Hoje em dia, 
Tentar ajudar, 
De em vão se preocupar?
Se ninguém no mundo
A isso da valor?

Guardar, 
(Não mais.)
Falar
(Agora sim)
Dor
(Eterna.)
Felicidade
(No fim)


...

Se todos dessem as mãos,
Ninguém mais iria chorar
Ninguém mais iria precisar
A dor, inexistente seria, 
Mas para isso precisaríamos amar.




Dar valor



Tentar
Ajudar
Se ferrar
Te acusar
Jogar
No chão
Só para te destruir
Só para te destruir...

Lembrar
Pensar
Pra que?
Por que?
Deixar
Escorregar
No chão.

Cair
Não levantar
Para que,
Ajudar?

As pessoas
Não sabem
Dar valor.

Lembrar
Perdoar
Jamais
Não mais,
Por que não soube
Dar valor.

Só para me destruir
Não levar
A sério

Segredos
Ajudar
Fofocas
Esconder
Avisos
Aplicar

Mas as pessoas
Não sabem
Dar valor



segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Tirado de "O Livro das Fadas, As Almas da Terra" por Evelyn Levy Torrence



"(...) O melhor aprendiz é aquele que aprende porque pratica até saber, 
não importando quanto tempo demore para que essa sabedoria 
represente sua prática de vida."

Evelyn Levy Torrence

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Diga para mim...





Me perco no escuro
Não há lugar para me apoiar
Acho que vou cair...
Nas sombras dos meus próprios pensamentos.

Tropeço, mas continuo
Pelo caminho sinuoso
Não quero olhar para baixo
Tenho medo de estar na beirada de um abismo...

Diga para mim, 
Se eu estivesse eu iria me jogar?
...
Diga para mim, 
Se você estivesse aqui, você iria me impedir?
Diga para mim...

Eu só quero continuar.
Mantenho meus olhos bem fechados.
Não sei se vou perder algo se continuar
Mas eu vou seguir

Vou continuar,
Se houver algo nesta escuridão
Me apoiarei.
Mas tenho medo de ser apenas mais uma armadilha

Diga para mim, 
E se não for tão simples?
...
Diga para mim,
Vai segurar meu braço se eu me aproximar de mais do perigo?

Só diga para mim que continuará, 
Que estará ao meu lado quando eu abrir os olhos
Que segurará minha mão e não me deixará pular.

Não me deixe cair.
Eu estou aqui para arriscar.

Diga para mim, 
Se você estiver aqui, você me guiará?
...
Diga para mim, 
Se você se lembrar de mim, você me chamará?

Não sei se perderei algo se continuar.
Não sei se você poderá me responder
Mas eu vou seguir
Eu estou aqui para arriscar.

Porque você pode estar no outro lado dessa escuridão.



Macademi Wasshoi






Mahou Shoujo Madoka Magica - 2






Mahou Shoujo Madoka Magica







segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Hero e Leandro

(Mitologia Grega)




O sol começava a desaparecer lentamente nas águas do Helesponto, o grande estreito marítimo que separa a Ásia da Europa. No lado europeu estava situada a cidade de Sestos, onde vivia uma jovem sacerdotisa de Afrodite, chamada Hero. A moça subia as escadas que levavam ao topo do farol da ilha, levemente ansiosa. A ponta de um sorriso, porém, iluminava os lábios fechados. Seu sorriso sempre fora assim, velado, com apenas duas riscas graciosas nas extremidades da boca finamente desenhada.

Acostumada a enfrentar todo dia a longa escadaria com suas pernas de musculatura rija, porém afilada, Hero ia cantando, baixinho, um hino à deusa de sua devoção. Poderia cantar a plenos pulmões, se quisesse, pois não havia ninguém naquele lugar desolado. Mas Hero tinha predileção pelos gestos discretos.

Chegando até o topo do farol, Hero relanceou a vista para fora. Suas narinas de asas delicadas fremiram, aspirando o ar levemente acre do fim da tarde. Constatou que a chama do pavio da grande lanterna estava quase apagada. Na verdade, ela quase nunca chegava a se extinguir, mesmo com os fortes ventos que costumavam soprar do oriente, pois estava sempre protegida por um grande caixilho espelhado.

— Está na hora de avivá-la outra vez — disse, ciciando as palavras, que escaparam quase imperceptivelmente dos lábios entreabertos. Logo, dentro da grande caixa prateada, brilhou outra vez a grande e fosforescente jóia de ouro. o sinal benfazejo que guiava as embarcações por toda a extensão do Helesponto. Hero adorava este nome, que aprendera a ouvir desde criança; sua sonoridade elegante a fazia repeti-lo constantemente:

— Helesponto... — dizia, escandindo as sílabas, enquanto fechava a outra portinhola que mantinha a chama brilhante a salvo da chuva e dos ventos.

Naquela noite, entretanto, o céu estava completamente limpo. A esta altura, Hero não tinha mais os olhos postos no horizonte nem tampouco no céu. Eles estavam voltados para a outra margem — na distante Abidos, que ficava no outro extremo do estreito — e procuravam algo, com ansiedade.

— Não, ainda é muito cedo... — disse Hero, fechando a túnica e debruçando-se levemente sobre a balaustrada exterior.

Ela esperava alguém. Todas as noites, essa pessoa, guiada apenas pela lua e pela luz do farol, lançava-se audaciosamente ao mar. Após atravessá-lo a nado, ia em seguida atirar-se aosbraços da jovem, que o aguardava. Leandro era o seu nome — um belo rapaz que morava em Abidos. Há um bom tempo o jovem usava desse ousado expediente para ir visitá-la todas as noites — ou ao menos naquelas em que o céu permitia que se lançasse ao mar com segurança.

Hero permaneceu ainda um bom tempo reclinada no parapeito. Um de seus pés se apoiava levemente sobre o outro, subindo até a canela e descendo outra vez, numa carícia inconsciente.

De repente, porém, a jovem teve sua atenção despertada por um ligeiro espanejar em meio às águas, que estavam incomumente calmas. Era ele, com toda a certeza! Atirando os braços com vigor e regularidade, Leandro, de fato, avançava, subindo e descendo por entre as ondas que ondulavam com suavidade.

A jovem, com um grito de satisfação, lançou-se em direção às escadas, descendo com a agilidade de uma pequena corça os grandes degraus da escadaria. Hero já estava agora em pé, nas areias da praia deserta, segurando o manto de Leandro: o jovem chegava e partia sempre liberto das roupas, para ter seus movimentos facilitados no confronto com as ondas.

Hero o divisava, já, na rebentação. Mais um pouco e ele já não necessitaria da força dos seus musculosos braços para vencer as ondas. Pondo-se em pé, atravessou com decisão o resto do percurso, fendendo com os joelhos a água que lhe dava já pela cintura.

— Leandro! — exclamou Hero.

O rapaz, renovando o ímpeto, avançava em direção a ela. Hero, deixando que suas vestes lhe deslizassem até os pés, imitava-o em sua nudez. Embora demonstrasse uma calma aparente, Hero também tinha uma vontade louca de sair correndo na direção de Leandro.

— Consegui, mais uma vez! — disse ele, tomando o rosto da jovem em suas mãos.

— Que bom... — retorquiu Hero, com seu sorriso velado.

Leandro deu-lhe um beijo na boca, que Hero retribuiu sem o mesmo pudor dos seus habituais sorrisos. Os dois, de modo geral, eram impotentes para refrear os primeiros instintos. Depois, abraçados, avançavam mais calmos para o interior da ilha, onde a jovem morava em solidão completa. Recolhidos aos aposentos da jovem Hero — que naqueles instantes pertenciam a ambos —, ali completavam, durante toda a noite, os mistérios prescritos por Afrodite.

— Leandro, querido — disse Hero, já de madrugada, passando a mão nos cabelos revoltos de Leandro.

— O que foi? — perguntou o rapaz, que sentia seus olhos pesarem, finalmente, após tantos esforços combinados numa mesma noite.

— Preferia que você não repetisse mais as palavras que você sempre diz quando chega do mar — disse Hero, séria.

— Que palavras, meu amor? — perguntou o rapaz.

— Consegui, mais uma vez — disse a moça, imitando com graça a voz rouca de Leandro.

— Por quê?

— Porque dá a impressão de que um dia você, talvez, não consiga. Leandro colocou o dedo indicador sobre os lábios de Hero, silenciando-a:

— Não diga tal coisa. Sempre conseguirei! — completou, com a confiança característicada juventude.

Quando a manhã surgiu, Leandro partiu novamente para o mar, deixando, como sempre, o manto nas mãos da amada. Hero, de cima das pedras, acompanhava com os olhos o corpo másculo do amante afastar-se, com pisadas firmes em direção à praia, saltando sobre os pedregulhos com saltos ágeis e precisos.

Dali a pouco o dia voltava a ser o mesmo. Um pouco diferente, talvez, pois fizera-se mais quente do que os habituais. Desde as primeiras horas o sol brilhara no azul do céu, completamente despido de nuvens. Hero, entregue às suas atividades, teve até mesmo de se desvencilhar das roupas para poder suportar o calor. A tarde, a jovem recolheu-se aos aposentos para escapar do mormaço, que descia sobre tudo como um manto escaldante e invisível. Hero contava as horas, esperando que a noite trouxesse alívio para o calor.

Quando o sol, porém, começava a cair no horizonte, foi logo coberto por uma espessa camada de nuvens, que surgia com uma agilidade espantosa de regiões desconhecidas, muito além da linha do mar. Alguns clarões começaram a espocar, avançando até quase a altura do farol.

Hero, no entanto, já havia acendido a sua chama outra vez. Apesar de toda a sua intensidade, ela desaparecia no confronto com os clarões cada vez mais intensos e ofuscantes dos relâmpagos.

Zeus tonante, por alguma razão enfurecido, esgrimia nos céus os seus espadins recurvos, com uma cólera incompreensível e cada vez maior. Ao mesmo tempo os ventos — que pareciam haver escapado de suas prisões — lançavam-se em todas as direções, encapelando as águas do Helesponto com uma intensidade assombrosa. Erguiam para o alto grandes massas de água. que desabavam em seguida com um fragor assustador. A chuva começou, então, a cair, com uma intensidade jamais vista. Cordas d'água balançavam-se no céu. desmanchando-se de tempos em tempos pelas rajadas furiosas do vento.

Nos intervalos dos relâmpagos, Hero relanceava a vista para o alto do farol. Não havia

agora, porém, luz alguma a brilhar em seu topo. A jovem, assustada, lançou-se para lá. Chegando na entrada, viu que uma cascata vinha direto da escadaria e desaguava aos seus pés. Subindo os degraus, de três em três, chegou finalmente ao topo, no mirante. Tudo estava às escuras, o ambiente iluminado apenas pelos clarões ocasionais dos relâmpagos. À luz de um destes clarões, ela descobriu que o vidro do caixilho que protegia a grande chama estava quebrado. A um canto viu uma grande ave branca caída. À exceção de uma das asas, quase toda ela estava queimada e ferida. Assustado com a fúria do temporal, o pássaro arremessara-se cegamente sobre o vidro protetor, estilhaçando-o e consumindo-se inadvertidamente em sua poderosa chama. Em seguida a chuva apagara a fogueira que ardia na lanterna, tornando-a inútil para o resto da noite.

"Meu Deus, e Leandro?", perguntou-se a jovem, angustiada. "Como fará para chegar até aqui, depois do temporal?" Num gesto desesperado, ainda tentou encontrar alguma brasa acesa entre os carvões, mas nada mais havia ali que pudesse arder. Tudo estava tomado pelas águas.

Uma onda gigantesca ergueu-se outra vez do mar e espatifou-se de encontro à torre do farol, lançando para dentro do mirante uma quantidade inacreditável de água. A jovem foi jogada de encontro à parede. Permaneceu caída no chão por alguns instantes, com o corpo encharcado e os cabelos gotejantes. Procurando refazer-se do impacto, Hero tentou reerguer-se.

— Leandro... afogado... — disse ela, de repente, erguendo-se, mesmo tonta, ao entrever a possibilidade da tragédia.

De fato, era inútil que a jovem tentasse acender novamente a lanterna do farol: um erro de cálculo fatal fizera com que o destemido Leandro se lançasse às águas do estreito antes mesmo de começar a chuva. O jovem pensara que, com um pouco de sorte, estaria às margens da praia de Sestos um pouco antes do temporal desabar. Quando as ondas começaram a erguer-se, Leandro ainda tentou guiar-se pela luz do farol. Porém, quando esta se apagou, o rapaz não pôde mais encontrar a rota certa. Durante alguns instantes nadou às cegas, bracejando e lutando contra as ondas. Subiu ainda à tona, heroicamente, por várias vezes. Na última subida, contudo, Leandro entendeu que o seu fim havia chegado. Ainda tentou resistir outra vez, mas uma onda colossal sepultou-o sob uma massa como que sólida de água, tirando-lhe a consciência para sempre.

Durante toda a noite a desesperada Hero aguardou a chegada do amante. "Talvez ele tenha esperado o temporal passar", pensava, ainda esperançosa. "Como não há mais a luz do farol, ele certamente não cometerá a loucura de se lançar ao mar com este céu escuro e tempestuoso."

Quando Hero terminou de fazer essas reflexões, as nuvens, como que por encanto,

começaram a se dissipar. As estrelas foram aos poucos retomando no céu o seu lugar, enquanto a lua ia iluminando com seus raios o restante das trevas.

Hero aguardou durante muito tempo, até que finalmente viu algo boiar sobre as águas, sendo trazido lentamente até a praia. Parecia que as ondas, tomadas pelo remorso, depunham com todo o cuidado sobre a praia o corpo do jovem amante. A moça, mais pálida que a lua, desceu num vento as escadas do farol e correu pela praia até chegar ao corpo de Leandro, preso entre duas rochas. Contrariando os seus hábitos de discrição, Hero deu um grito desesperado que ecoou nas montanhas. Colando a boca sobre o peito nu e gelado de Leandro, transmitiu ao coração dele a dor e o pesar de sua alma. Muito tempo depois, ergueu a cabeça e disse, com os lábios salgados da água do mar e das próprias lágrimas:

— Fui eu a culpada! — exclamou, desarvorada. — Se não tivesse colocado em dúvida a sua capacidade, Leandro amado, você ainda estaria vivo...

Depois de muito chorar, concluiu sombriamente:

— Desafiei a Fortuna, ao lhe prever o pior — disse Hero, convicta. — E os deuses não amam os temerosos.

Talvez não amassem, também, os imprudentes. Ou talvez não houvesse, simplesmente, razão alguma para aquela tragédia, senão o fato de ambos estarem vivos, à mercê da vida e da morte. Mas Hero não tinha mais ânimo para especulações.

Levantando-se, tomou nos braços o corpo de Leandro e devolveu-o ao mar. Depois subiu à fenda do mais alto penhasco que pôde encontrar, escalando-o, durante o resto do dia, com sombria determinação. Uma vez no topo. com os pés e as mãos machucados, a jovem Hero ergueu o rosto para a noite estrelada que chegava outra vez. Seus próprios olhos eram duas estrelas, que brilhavam em meio à noite escura dos seus cabelos negros e revoltos.

Por um momento as duas noites se encararam — embora a face trágica de Hero demonstrasse não indiferença, mas força e determinação, ao deixar-se cair no abismo do mar.

>Tirado de "As 100 Melhores Históras da Mitologia"

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Céu Azul


 
Guardo na memória
Aquele dia
Em que imaginei você sorrir
Em que imaginei você chorar
Em que imaginei você falar
Sem poder te ver.

Dias claros,
Azuis,
Quentes,
Limpos e
Sem nenhuma nuvem
Em sua imensidão.

Guardo na memória
Aquele dia
Em que pensei em frases
Em que pensei em palavras
Que você nunca me disse
E talvez jamais me diga.

Sem nenhuma nuvem para me distrair os olhos,
Imagino novamente você,
Sorrindo para mim,
Enquanto lágrimas descem pelo meu rosto
E desejo que essa imaginação vire realidade.

Fecho os olhos equanto deixo cair mais lágrimas
Que não são vistas por ninguém
E que serão esquecidas naquele céu azul.

Abro novamente os olhos
E deixo que as lárgimas se sequem sozinhas
Enquanto um novo sorriso brota em meus lábios
Ao imaginar novamente você.

Guardo na memória...
Esse sentimento...
De te ver...
Sem você estar aqui.
E de te amar...
Mesmo com toda a realidade contra nós.


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Tirado de "O Oráculo da Deusa" (Amy Sophia Marashmskv)



Coatlicue, Deusa da Dor


"Com a cabeça pesada devido à perda 
Com os olhos cegos devido às lágrimas 
caminho 
incapaz de descansar 
incapaz de encontrar calma 
Estou seca 
meus ossos 
são pó ao sol do deserto 
meu coração 
arrancado do peito 
jaz partido no solo 
Cada passo que dou na vida 
toma a pisoteá-lo 
Cada respiração 
abre minhas feridas 
Como posso suportar o insuportável 
Como posso sobreviver ao insuperável 
Minha tristeza não terá fim? 
Nunca preencherei o vazio da perda? 
Meu anseio nunca cessará?"
A.S.M.



terça-feira, 14 de agosto de 2012

terça-feira, 31 de julho de 2012

Você está aqui.




Eu vivo disso.
Eu procuro, e olho...
E espero, e desejo
Mas você nunca está lá.


Porque você está aqui.


Em cada memória, 
Em cada imaginação,
Em cada pensamento.
Em cada suspiro.
E eu vivo disso.


Porque toda a vez que penso em você,
desejo que se torne mais forte.


E que a distância diminua.
E que o tempo passe.
E que eu viva disso.


Porque é nisso que eu acredito,
Porque é disso que eu vivo.


Porque você está aqui.
E porque eu vivo de você.




Guarda a ti mesma




"Guarda a ti mesma e nada te alcançará"


γαιοlεχ 'Εχαη




quinta-feira, 26 de julho de 2012

Não abrir mais os olhos



Me sinto cada dia mais vazia por dentro.
O que acontece se eu não conseguir consertar o cordão?
O que acontece se eu voltar a sonhar com você

E decidir não abrir mais os olhos?

Se eu decidir ver mais uma vez seu sorriso espontâneo?
Esse sorriso que tanto amo
E que tanto me destrói.

O que acontece se eu me deitar
sabendo que não acordarei mais?
E se eu sorrir por isso?

As vezes acho que sou louca.
Louca por acreditar que posso viver com você aí.

Se eu te chamar você escuta?
Se eu te abraçar você sente?
Se eu te ver vai ser real
Ou apenas mais uma ilusão?
Mais um sonho?
Mais uma dúvida?

Me sinto quebrada por dentro.
Vazia.
O que acontece se eu sonhar com você de novo....
E não querer mais abrir os olhos?

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Me deixa concertar o que eu quebrei




Não deixa ela chorar
Grita comigo,
Grita pro céu
Mas não deixa ela chorar

Arrebente-me
Machuca-me
Humilha-me
Mas não deixa ela chorar

Não fira ela
Não diga isso
Não fale aquilo,
E não deixe ela chorar

O resto eu não me importo
Pode socar a parede se precisar
Mas não deixa ela chorar

Posso chorar por você
Posso chorar por causa de você
Se quizer
Pode gritar comigo
Mas não grite com ela
Não diga isso a ela
E não a deixe chorar

Deixe minhas lágrimas caírem
Deixe meus olhos baixos
Deixe-me concertar o que eu que eu quebrei

Porque eu não posso ver ela chorar.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Tirado do livro "The End" (Leferr)




A Parábola do Casulo


"Num dia de domingo, em uma manhã ensolarada, um homem descansava à sombra de uma árvore em seu quintal. Contemplando o dia bonito que se anunciava, avistou um pequeno casulo dependurado em um dos galhos. Sua atenção concentrou-se ficando a admirá-lo durante um bom tempo.Percebeu que a borboleta tentava sair através de um pequeno buraco, fazendo muito esforço, sem conseguir se libertar daquela casca.
Passou mais alguns minutos e o homem observou que a borboleta não mais se mexia. Sem compreender o que estava acontecendo com a borboleta, levantou-se e, na intenção de ajudá-la, com a ponta das unhas dos polegares, cuidadosamente abriu todo o casulo.
O homem ficou a observá-la, esperando que ela saísse. De repente, viu-a sair facilmente, sem nenhuma dificuldade, mas, reparou que seu corpo estava murcho e suas asas amassadas. Mesmo assim, sentiu-se feliz, achava-se ter ajudado e ficou aguardando a borboleta dar o seu primeiro voo, a ganhar a liberdade. As horas iam se passando e nada, ela continuava no mesmo lugar, quase sem se mexer...
Meio domingo já tinha ido embora, quando de tanto pensar e se questionar o homem então compreendeu que o casulo apertado era o esforço necessário que a borboleta precisava para se libertar. E essa força ela própria tinha que fazer, ninguém mais, para que a sua energia, o fluido de seu esforço fosse para as suas asas fortalecendo-as e, voasse livremente ao libertar-se do casulo
(...) O esforço é necessário para o nosso crescimento e fortalecimento, lembre-se disso. Se vivêssemos a nossa vida sem passar por quaisquer obstáculos, não conseguiríamos ser tão fortes quanto devemos ser"

Pág 127-128


Duas palavras





Ferrovias.
Cotovias.
A cantar na escuridão.


Ventanias.
Sinfonias.
A lembrar a solidão.


Desejos.
Impulsos.
A nos levar pelas estradas.


Sonhos.
Existências.
A lembrar vidas passadas.


Lugares.
Livros.
Que nos ensinam novas visões.


Armas.
Palavras.
Que param corações.



sábado, 30 de junho de 2012

Vidas




Vidas da noite, maravilhosa existência,
Digam-me a verdade oculta.
Falem-me de seus tempos passados
Dos círculos de pedra nos quais dançavam


Vidas de pedra, perpétuo passado,
Digam-me por onde andastes.
Falem-me de seus tempos passados
Das trilhas nas quais andaram em suas passagens


Vidas de fogo, crepitar ressonante,
Digam-me o que queimaram.
Falem-me de seus tempos passados
Nos quais somente os sábios sabiam de tua existência


Vidas do vento, almas esvoaçantes,
Digam-me o que escutaram.
Falem-me de seus tempos passados
Dos gritos que ecoaram no ar

domingo, 24 de junho de 2012

Igreja



No início dos tempos, a Igreja Católica ameaçou pagãos por medo. Porque sabia que nós eramos fortes. Porque temia uma rebelião, uma guerra entre eles e nós, ou entre nós e eles.
Fizeram isso para nos botar medo e nos mostrar que havia uma "religião mais forte", para nos mostrar o "nosso lugar" e tirar as possibilidades de uma possível guerra. Então surgiu a Inquisição.
Mas depois, as coisas começaram a sair do controle.
As ameaças não surtiam o desejo desejado e logo a Igreja teve que ir por outros métodos.
Mais ameaças, mentiras, julgamentos. Tudo de tal forma forte que as pessoas começaram a temer-nos e a se afastarem.
No início foram mortos nas fogueiras somente os pagãos que mais arranjavam problemas, que mais tinham voz. Mas novamente as coisas saíram do controle. E a Igreja achou melhor nos erradicar.
Extermiar nossos ritos, exterminar nossa religião, exterminar nossos Deuses, pois só assim não haveria mais o perigo da rebelião, o perigo da briga, o perigo da perda de fiéis, o perigo da guerra.
Com o tempo eles acharam que estavam nos destruindo, mas só estávamos escondidos esperando tudo acabar com fé.

Sabíamos que haveria um futuro melhor, um futuro no qual a religião seria oferecida, não imposta. Seria um caminho, não uma rua sem fim. Sofremos isso pela nossa religião, pelo futuro, pela vida, pelo que acreditamos.
E este dia chegou.
O dia em que nos perguntamos: por que fomos tão fortes?
E a resposta é simples:

Porque se nos tratássemos apenas de mais uma seita, não teríamos seguido em frente enquanto éramos ameaçados, enquanto éramos obrigadas a entrar na igreja, enquanto nossos amigos e nossos irmãos eram mortos em fogueiras e éramos obrigadas a ver.
Se nos tratássemos apenas de mais uma seita, teríamos desistido. Teríamos nos convertido porque era o caminho mais fácil e sem sofrimento. Teríamos nos deixado levar sem fazer mais perguntas.

Não existiríamos hoje.
Mas existimos.
Porque não somos apenas mais uma seita.
Somos uma religião.
Somos uma força.
Somos nós.

γαιοlεχ 'Εχαη

Seres



Seres da vida,
Da alma,
Da existência.
Criaturas ocultas
Criaturas límpidas
Criaturas vivas
Criaturas existentes
A nos rodear com suas asas e pequenos corações

Seres a voar
Seres a nadar
Seres a andar
Seres a cavar
O que seres, seres?
Senão mais um poço de vida.
Mais uma realidade da existência.
Mais uma vitrola encantada
Com a alimentação sonida da morte
Com o rumor derivado da vida.

Seres de água
Seres de fogo
Seres de ar
Seres de terra
Seres, simples seres
Que trazem e levam a vida.


Diga-me



Diga-me a verdade sobre seus atos,
Diga-me a essência de teus pensamentos,
Fale-me da tua coragem
Da tua alma.

Diga-me o valor da tua persistência,
Diga-me o teor da sa vitória,
Fale-me da tua vida
Do teu espírito.

Só então,
No vazio pensamento profundo,
Dores jamais extinguidas
Encontrarão seu lugar em outra parte da existência.
E o sofrimento jamais abandonado
Poderá seguir enfrente para nos encontrar
Em outra ocasião.


terça-feira, 19 de junho de 2012

As flores mortas





É engraçado quando olho no espelho
e te imagino ao meu lado sorrindo
E você não está.
É engraçado quando paro com alguém na rua
e fico olhando em volta
para ver se você está lá.
E você nunca está.


E eu sei.
Ainda tenho tempo para esperar.
As flores mortas na minha estante
só serão trocadas quando você chegar.


É complicado.
É complicado o como sinto o teu gosto
Mesmo sem nunca o ter provado
É complicado o como sinto a sua falta
Sem nunca ter tido a sua presença
É complicado, realmente complicado,
O como eu sinto saudade dos seus olhos
Sem mesmo saber ao certo como eles são
É complicado o como eu sinto desejo de ouvir o seu riso
Sem jamais o ter realmente escutado
É complicado.
É complicado


Mas eu sei, e eu sei.
Que ainda tenho tempo para esperar.
E que as flores mortas na minha estante
Ainda terão que ficar lá.