quarta-feira, 9 de março de 2011

6: A confissão part2

-Eli...- me chamou ele depois de um tempo olhando as estrelas

-Está melhor? São as dores? O que aconteceu?- perguntei, sim, eu estava assustada, ele riu baixinho

-Estou bem Eli! Calma! Eu quero que você me prometa... que se eu não conseguir chegar ao Poderoso... você...

-Não Leonardo! Não! Pare de ser negativo! Você vai conseguir!- disse me recusando a escutar o que ele dizia, ele colocou a mão no meu queixo sorrindo e levantou a minha cabeça

-Quero que prometa que vai ir até ele e pedir ajuda para fugir.

-Leonardo...- sussurrei não acreditando em suas palavras... ai que fofo!

-Eli, me prometa...

-Não!

-Eli!- suspirei, era impossível discutir com ele

-Tá... mas eu sei que você vai conseguir... quanto falta?

-Nesse ritmo... uns... dois dias no mínimo.- disse ele pensativo e depois olhou pra mim, sorriu e subiu a mão até o meu rosto –Mas não quero que pense nisso... como você disse... temos que ser positivos.

-Temos sim... muito mesmo...- disse o abraçando

Eu deitei a minha cabeça em seu ombro e dormi enquanto ele acariciava o meu cabelo. Não consegui dormir mais do que duas horas, logo o fiz se levantar para irmos para a nascente.

No dia seguinte as dores recomeçaram eu estava quase o carregando a anoitecer, mas teve um bom motivo: só faltava um dia de viagem tranquila até a nascente. Á noite dormi novamente com a cabeça pousada em seu ombro.

Me sentia protegida ao estar com ele, como se todos os meus pensamentos ruins fossem retirados de mim, principalmente o pensamento dos meus pais que agora poderiam estar carbonizados em algum lugar da terra da cidade.

Dessa vez dormi de mais e ele não me acordou, estava preocupado vendo o nascer do sol na montanha a nossa frente. Eu o ajudei a se levantar, com muito custo, ele mal andava.

-A culpa é minha, eu deveria ter voado com você enquanto ainda estava bom...

-Não, não pense assim Leonardo!- pedi o ajudando a dar os primeiros passos para longe da árvore em que dormimos

-É sério... eu... nós teríamos chegado mais longe... agora estaríamos lá... eu...- ele quase caiu

-Pare Leonardo! Por favor! Pelo amor de Deus! Pare de pensar assim!- ele se endireitou e ficou de pé, com muito custo, e colocou ambas as mãos no meus rosto

-Só quero que saiba que a amo... mais do que amei qualquer pessoa... Eli, eu te amo...- disse ele e depois nos beijamos brevemente

-Vai dar tudo certo... eu te juro que vai dar tudo certo.- disse e nós começamos a andar devagar

Nós continuamos durante muito tempo e, por um motivo muito estranho, as horas estavam demorando muito mais tempo para passar. Agora faltava pouco... pouco pra mim se casar com o mané sei-lá-quem.

Eu tinha que falar alguma coisa. Eu sei que ele me disse que não vai me deixar casar, mas mesmo assim... sei lá... se fosse arriscar a vida dele eu preferia casar... com o mané sei-lá-quem!

-Leonardo...- chamei depois de um tempo

-Pode falar Eli.

-Hãm... qual é o nome do mané sei-lá-quem?

-Quem?- perguntou ele rindo

-O mané com quem eu vou me casar.- respondi rindo também

-Eu não vou te deixar casar se você não quiser Eli.

-Eu sei, confio em você. Mas se de alguma maneira isso te arriscar... eu prefiro me casar.- ele parou olhando para mim durante um tempo e depois sorriu e nós continuamos andando

-O nome dele é Leon.

-Leon? Nunca conheci alguém com esse nome. E... você conhece ele?

-Se eu conheço ele? Claro!... Ele é meu irmão.

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