sábado, 22 de janeiro de 2011

1: O aniversário de Elianna part 1

A estrela da meia noite

1- O aniversário de Elianna

Eu sou Elianna...

O anjo...

Estive morando escondida na casa de um casal muito gentil comigo desde que caí do céu...

Eles disseram que eu tinha 1 ano... quando caí...

Bem, agora tenho 15, quando um anjo pode escolher seu protetor.

Nós morávamos em uma aldeia muito longe do mar no século 18...

Mas agora estou perdida em uma floresta em algum lugar do mundo...

E agora vou contar a vocês como vim parar aqui...

Duas semanas atrás foi o meu aniversário de 15 anos. Papai e eu ficamos jogando cartas na sala enquanto mamãe foi buscar pão. Não, eles não são meus pais de verdade, é o casal que me ajudou a vida inteira. De qualquer forma, eles são meus pais.

Eu durmo na sala. Não é porque eu não possa dormir no quarto, e eu posso, é que lá é muito desconfortável... e eu demoro muito para conseguir passar pela porta... não é que eu seja gorda!! Não! Eu sou é muito magra, o problema são as minhas asas.

Por isso que eu gostou mais da sala... hum... sim, sala! Muito espaço e ainda tem aquela lareira com o fogo crepitante.

Mamãe chegou de tarde, mais ou menos meio dia, eu levantei assustada. Mamãe e papai não tinham dinheiro o suficiente nem pra comprar pão direito, mas aquilo na mão dela... aquilo era um bolo! Gigantesco! Lindo e maravilhoso! De chocolate! E eu amo chocolate sinceramente, eu amo!

-Feliz aniversário Eli...- disse mamãe sorrindo para mim com aquele rosto enrugado e seus lindos olhos azuis

-Mamãe! É pra mim? Mas como conseguiram...- já havia me levantado, papai segurou o meu braço para que eu não continuasse a frase

-Nós juntamos muito para podermos fazer desse aniversário o melhor da sua vida...- disse ele sorrindo, seus olhos verdes brilharam

Já eram velhos, mas tinham um sorriso que fazia com que eu me sentisse em volta de adolescentes. Eu sorri. Não valia a pena dizer não para eles. Juntaram muito, e agora que já tinham comprado não havia mais volta. Comemos o bolo e guardamos o resto na geladeira.

A noite as estrelas brilhavam como nunca e papai nos levou até o telhado da casa para que eu pudesse vê-las. Eram raras as vezes que eu subia até o telhado, pois minhas asas são realmente grandes e (estranhamente) brilham quando a lua as banha com a sua leitosa luz branca.

Já não se acreditavam-se tanto em bruxas nos outros estados e países, mas lá onde eu morava... bem, lá... era uma das cidades em que mais se condenava por bruxaria no mundo. E se me vissem, ou vissem uma luz diferente no telhado da casa dos meus pais.

Certa vez tentamos nos mudar para uma casinha no meio da floresta, mas os outros moradores de Esprint Veile desconfiaram um pouco de nós e tivemos que voltar a nossa tradicional casa.

Não importando com o perigo de serem condenados bruxos, meus pais me deram a satisfação de ver novamente as estrelas. Estava muito preocupada com eles, não aguentaria ver mamãe e papai indo para a fogueira para serem cremados vivos. Mas já tivemos essa discussão antes.

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