sábado, 22 de janeiro de 2011

1: O aniversário de Elianna part 2

Duas semanas antes do meu aniversário de 15 anos, meu pai veio falar comigo. Há um mês eu estava preocupada em quem escolher como protegido... mamãe ou papai? Ele se sentou na beirada da minha cama e me acordou. Estava tendo um de meus costumeiros pesadelos de estar caindo do céu.

-Papai? O que houve?- perguntei zonza pelo sono

-Você disse: socorro enquanto dormia...- disse ele com seu sorriso confortador

- Disse?- ele sorriu, eu também sorri para ele –Sabe papai... quem devo escolher? Quer dizer, eu amo os dois tanto... e...

-Não!- ele não me permitiu continuar –Não deve pensar nisso Eli... na hora certa você vai olhar para a pessoa certa e vai saber que é ela quem você deve proteger... enquanto isso, aproveite enquanto a sua vida é calma e tranquila nesta casa.- ele me sorriu de novo, eu o abracei e adormeci

Eu infelizmente esqueci essas palavras naquela época, como todas as coisas que os adolescentes esquecem, mas se eu soubesse... ai, ai! Se eu soubesse o quanto ele estava certo!

Mas eu não sabia... normal! E nem queria me lembrar disso... normal também! Mas aquilo foi antes, agora eu estava ao lado dos únicos humanos no mundo que me amaram não importando as consequencias, sim, amar um anjo caído tem consequencias. Eu não queria me afastar deles nunca... nunca! Mas como tudo: nada é para sempre! (muito infelizmente eu descobriria isso muito em breve)

Ficamos lá durante mais ou menos meia hora quando as nuvens começaram a aparecer. Todas muito cinzentas e um pouco esverdeadas. Nunca (nem eu nem meus pais) vira algo parecido. Mamãe ficou com medo e desceu, eu e papai ficamos mais um pouco.

Elas taparam todo o céu, menos uma única estrela que ficou de frente para mim, eu sentia a sensação de que se eu me levantasse eu poderia pegá-la.

Um relâmpago.

Eu e papai sentimos um frio na espinha. Ele olhou para mim preocupado. Sim, agora eu tinha certeza: era eu. Era por causa de mim. Algo me esperava agora.

Olha para vocês que com certeza não conhecem anjos, uma coisa é certa: anjos não são jamais domados ou domesticados como humanos. Mamãe nunca aceitou muito, mas papai sabia que um dia eu iria para nunca mais voltar.

De repente a estrela não está lá. O lugar onde antes havia uma estrela brilhante agora estava negro e vazio: um buraco no céu. Nós sentimos outro calafrio e uma bola de fogo foi para o meio da floresta. E não sabia voar então não pude ir atrás dela, mas papai foi mais rápido e preparou os cavalos para segui-la. Tínhamos pouco tempo, os moradores da cidade já estavam acordando pelo barulho.

Fomos muito rápido com Júbio, o meu cavalo. Papai cuidara dele para mim embora eu jamais tivesse montado nele. Disse que eu precisaria. A bola de fogo caíra perto do lago. Papai parou Júbio e me olhou profundamente.

-A última vez que vi um desses... encontrei você... agora é a sua vez Eli.- disse ele com a voz baixa e uma mistura de tristeza e curiosidade, sorri para ele e desmontei de Júbio

Me aproximei do buraco o chão com um fogo verde crepitante, no início bem rápido mas depois mais devagar. Ao contrário de papai eu não estava com medo... estava com curiosidade e pressa.

As nuvens haviam desaparecido de repente e a lua cheia batia com força em mim. Se eu fosse loira iria brilhar por inteiro. Mas eu tenho o cabelo castanho meio curto liso em cima com cachos na pontas e olhos castanhos escuros. Mas meu vestido branco e minhas asas brilhavam tanto que quase papai fechou os olhos.

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