terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

3: O rio Avanche part2

Ele era bem forte, mas não era de ferro e ele podia não admitir, mas eu sabia que suas asas estavam doendo. Andamos por uma hora e depois paramos para descansar, ele ficou me enchendo de perguntas de como era a minha família aqui na terra e como era ser um humano. Depois que eu falei como nós vivíamos ele desistiu na hora.

Não sei por que, mas acho que dormir no chão da sala não o agradou nem um pouco. Ainda estamos no rio Avanche faltava muito para o rio Nester e ainda mais para a sua nascente.

Fizemos uma fogueira a noite, as asas dele estavam tão doloridas que ele não conseguiu nem voar sozinho. Eu até pensei que foi por causa do meu peso, mas eu sou quase anêmica!! Com 15 anos peso apenas 40 quilos! Ele riu disso.

-Anjos não são pesados, você não é anêmica por causa do peso...

-Então por que suas asas estão doendo?

-Não sei.. eu acho que... sei lá...

-Ah... você sabe sim!- eu tinha certeza que estava mentindo

-E como pode ter certeza?

-Sei lá...- disse olhando a fogueira, eu realmente não sabia como eu sabia que ele sabia por que as asas dele estavam doendo

-Viu? Está se tornando uma anja de verdade... eu sabia!

-Sabia o que?

-Que não tinha se tornado uma humana completamente...

-Com essas asas, como é possível?

-Se você se transforma em humana completamente, quando faz 15 anos as suas asas caem... e você vira humana para sempre.

-Jura? Eu poderia ficar livre desse treco então?- perguntei interessada, ele riu de novo

-Existem humanos que se matariam por um par de asas desses... e outros que te matariam por ver um par de asas desses.

-Por que você acha que eu quero me livrar delas?- debochei, ele riu de novo

-É... com certeza você ainda tem algo dos humanos...

-Se você falasse terráqueos eu me assustaria...- disse olhando para o céu -... como é lá?

-Eu não posso te contar....

-Por que?

-Isso também não posso...

-Então me diga algo que possa contar!- quase gritei de raiva

-Hãm... não sei...

-Ah!- disse deitando-me na grama olhando para o céu, só podia ficar deitada em cima das minhas asas por alguns segundos, pois depois ela começavam a doer de novo

-Quer saber mesmo de algo que eu posso te contar?

-Se eu não quisesse te perguntaria?

-Estou ficando humano também... por conviver com você...

-Qual é Leonardo! Você mesmo me disse a pouco que eu não sou tão humana!

-E não é... mas ainda tem uma parte humana... sabe... lá no outro lado... são todos perfeitos... anjos não tem defeitos... eles são os que desaparecem com eles... eles não brigam, não discutem, não sentem raiva...

-Nossa que mundo perfeito!- debochei

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